A HISTÓRIA DO DORPER & WHITE DORPER

Buscando uma nova raça Nos anos de 1930, a África do Sul possuía excesso de produção de ovinos, porém a pobre qualidade de carcaça impedia que os mesmos fossem exportados ou mesmo, consumidos localmente. A partir deste momento, tornou-se claro a necessidade de uma raça de ovino capaz de produzir, nas condições áridas e desérticas do país, uma carcaça de qualidade elevada.

Pesquisas intensas e tentativas de cruzamentos foram realizadas pelo Departamento de Agricultura, faculdades, centros de pesquisas e fazendas experimentais, com cooperação de criadores. Foram utilizadas raças indígenas deslanadas, raças de corte européias e merinos e os resultados das extensas pesquisas provaram que os cruzamentos entre o Dorset Horn (britânico) e matrizes da raça Cabeça Negra da Pérsia reuniam a maioria das características desejadas, sendo então as pesquisas concentradas nestas duas raças.

O desenvolvimento da raça Dorper

As pesquisas apontaram que quanto mais sangue de Dorset Horn o cruzamento possuía, maiores as qualidades de carcaça, em compensação, a característica mais importante – adaptabilidade – perdia-se. Foi então que decidiu-se desenvolver a nova raça a partir de rigorosa seleção de animais oriundos do cruzamento do Dorset Horn X Cabeça Negra da Pérsia. Este marco importante é datado em 1942.

Todos os experimentos em cooperação com criadores foram realizados sob liderança do Sr. David J. Engela, técnico especializado em ovinos de lã e corte e funcionário do Departamento de Agricultura do Colégio Agrícola de Grootfontein. Os fazendeiros que cooperaram com estas pesquisas foram: R. Y. Edmeades, D. J. de Smidt, W. R. Ludik, Alan Stahl e C.J. vd Berg.

A fundação da Associação de Criadores

Após 1942, o progresso da raça deixou a desejar devido a falta de esforços concentrados. Éra intenção de Engela resolver este problema através da fundação de uma associação de criadores da raça, plano infelizmente impedido com sua morte repentina em 1949.

No ano seguinte, Edmeads retomou o projeto e em 19 de julho de 1950 a reunião inaugural da associação foi presidida pelo mesmo, no Colégio de Agricultura de Grootfontein. Estavam presentes cerca de 30 criadores e alguns técnicos de ovinos do Departamento de Agricultura, que decidiram por unanimidade a formação e estabelecimento da Associação de Criadores da raça. Foi concordado também o nome “DORPER” para a nova raça, originário de um acoplamento de palavras:

   DOR   SET HORN   (Reprodutor)
+ PER   SIAN           Ovelha/Matriz
= DOR   PER

Os Dorpers de cor branca

Vários criadores (destacando Graham Rous, de Middelburg) decidiram concentrar-se na produção de animais totalmente brancos, produzidos a partir do cruzamento de Dorset Horn X Cabeça Negra da Pérsia ou do cruzamento entre Dorset Horn X Van Rooy (outra raça indígena).

Estes animais brancos foram inicialmente chamados de Dorsian (ou “Dorsie” em Afrikaans) e uma associação de criadores foi fundada. Em 1964 decidiram que a fusão com a Associação de Criadores de Dorper traria mais vantagens pois o objetivo era a produção de ovinos do mesmo tipo que o Dorper, com excessão da cor. 

O Progresso no Mundo

A raça Dorper e White Dorper estabeleceram em todos os cantos do Mundo e é, em termos numéricos, a segunda maior raça da África do Sul, possivelmente a maior na Namíbia e com grande número na Austrália e Brasil.

A raça tem se destacado no cenário mundial por ser uma raça extremamente rústica e resistente, com altíssima adaptabilidade, suportando temperaturas negativas e calor intenso, inclusive associadas no mesmo dia (-3 °C a +40 °C em 24 horas), alta resistência a verminose, excelente qualidade de carne e ganho de peso e precocidade elevadas, utilização de pastagens nativas, ótimas qualidades maternas e excelente qualidade de couro (a BWM utiliza couro de Dorper importado da África do Sul para revestimento dos bancos de seus carros).

*Texto traduzido e adaptado por PEDRO NACIB JORGE NETO da edição em inglês de “Dorpers Into the New Century”, de Dolf Lategan. Reprodução proibida sem autorização do autor e tradutor.

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